"Cautela" é a palavra de ordem até final do ano

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A Bolsa portuguesa regressou aos noticiários televisivos e da rádio e às primeiras páginas dos jornais. O máximo de cinco anos e meio do PSI-20 e a agitação à volta de acções como a EDP e a PT - os títulos mais populares da Bolsa de Lisboa -, bem como os recordes em Madrid e Nova Iorque, reavivaram o interesse no mercado accionista.

No entanto, quem quiser colocar agora parte das suas poupanças nestes activos rentáveis - mas também relativamente arriscados - terá de ter alguma cautela. O momento mais alto do actual ciclo de ganhos poderá já estar ultrapassado, pelo menos até ao final deste ano. Apesar disso, os profissionais do sector estão de acordo: as acções continuam a ser os únicos activos com algum potencial de rentabilidade no curto prazo. Até porque o último trimestre de cada ano é historicamente positivo nas bolsas mundiais.

O actual momento dos mercados financeiros recomenda a utilização da gestão profissional para tirar vantagens do rendimento das acções, obrigações ou tesouraria. Isto porque, depois da escalada das últimas semanas, a solução passa por uma escolha criteriosa e diversificada das apostas de investimento.

Para um gestor de fundos de investimentos do mercado português, que não quis ser citado, "as acções continuam a ser a única solução interessante para quem quer poupar para o longo prazo. No entanto, é preciso cautela, porque já estão sobrevalorizadas em muitos casos". Este responsável sublinhou ainda que "a taxa fixa está a começar a ser atractiva outra vez, mas a dívida de taxa variável, os fundos de matérias-primas e os mercados emergentes estão pouco interessantes".

Dentro do alargado conjunto de acções disponíveis para investimento, os gestores contactados pelo DN concordam que ainda há valor nos mercados europeu e norte-americano, com destaque para os sectores financeiro e de telecomunicações. Já sectores como o petrolífero ou o eléctrico - que na Península Ibérica tem estado em ebulição na sequência de fusões e aquisições curso - são um exemplo de acções sobrevalorizadas.

Numa observação dos blocos geográficos de investimento, a Europa apresenta uma média de valorização de 15% durante este ano e os EUA também estão positivos. O Japão - ou de forma mais genérica, a Ásia - continua com um desempenho inferior. Embora reconheçam que pode ser uma boa solução para diversificar, os analistas alertam o facto destes mercados terem registado fortes subidas nos últimos dois anos.

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